quarta-feira, 4 de julho de 2007

Governo de Dias Ferreira-Janeiro de 1892


Este governo chefiado por Dias Ferreira, (bisavô de Manuela Ferreira Leite, que foi ministra das Finanças do governo de Durão Barroso), foi o governo da história recente da monarquia constitucional, que sujeitou o País a políticas mais violentas.

O governo foi apresentado a 18 de Janeiro de 1892 e logo a 30 desse mês Oliveira Martins, apresenta ao país "a extensão das nossas amarguras", equivalente a um défice de 10.000 contos, equivalente a 25% das receitas e uma dívida de 23.000 contos.
Para evitar a bancarrota, fora propostas algumas medidas
  • lançamento duma taxa entre 5 a 20%, sobre ordenados, soldos e pensões
  • dedução de 30% nos juros de dívida pública interna
  • adicionais de 10 a 20%, à contribuição pessoal, sumptuária, rendas de casa e industrias
  • corte em todas as despesas supérfluas de serviço público, como por exemplo o subsídio ao teatro S.Carlos
  • suspensão indefinidamente das admissões na função pública
  • estabelecer um acordo com os credores externos, para renegociar a dívida.
Também o rei, se solidarizou com a nação, cedendo 20% das suas despesas a inserir no orçamento, chegando mesmo a propor, uma nova fonte de receita, aos seus ministros, a instituição de um "bilhete de identidade"de apresentação obrigatória, pelos cidadãos em todos os actos públicos, contas por alto feitas por ele e a 100 réis cada bilhete, poderia render ao Estado cerca de 1000 contos num ano.

O deputado Ferreira de Almeida propõe novamente a venda das colónias para se fazer face ao défice , excluindo da venda apenas Angola e a Índia.


Havia algumas ideias, muito embora estas não tivessem seguimento, a miséria grassava no país e tornava-se necessário tomar medidas.

Com estas propostas Oliveira Martins também pretendia intimidar os partidos no parlamento, por forma a obter alguma acalmia política.

1 comentário:

Luís Maia disse...

Em 26 de Fevereiro do mesmo ano, é publicada uma carta de Lei, que previa que os deputados às Cortes exercessem a sua actividade sem remuneração, beneficiando apenas de passagens gratuítas nos caminhos-de-ferro e nos navios de Estado.
(de História de Portugal em datas)