quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1893(5ª Parte)

  • Outubro,17-João Franco em nome da presumível ameaça anarquista, defende que sejam aplicados meios extraordinários de governo.
  • Novembro,30-Liga liberal publica moção de apoio ao ministro Augusto Fuschini.
  • Dezembro,07-Dissolução da Câmara dos Deputados, são marcadas eleições para 7 de Março de 1894.
  • Dezembro,20-Augusto Fuschini e Bernardino Machado demitem-se do governo.
Pela vastidão dos conhecimentos económicos, de Augusto Fuschini e pelas apreciações publicas que tinha feito do estado do país, quer sob o ponto de vista da sua política interna e externa, quer a respeito das suas finanças, houve um movimento de interesse e curiosidade, esperando-se que o novo estadista convertesse em factos, as teorias que vinha sustentando.

A sua passagem pelo poder foi rápida, saindo do ministério por circunstâncias que ele largamente expôs no seu livro Liquidações políticas, que publicou em 1896.

Bernardino Machado, foi ministro das obras publicas em 1893, e a ele se deve o decreto que autorizou a organização da exposição industrial portuguesa, que nesse ano se realizou nos salões do Museu Industrial e Comercial, instalado no edifício dos Jerónimos, cuja exposição se inaugurou no dia 28 de Julho.

Durante o seu ministério prestou bons serviços entre os quais se contam: a criação de algumas escolas industriais, o desenvolvimento da sericultura em Mirandela, Guarda e Coimbra, etc.

Publicou três decretos em protecção ao operariado: regulando o trabalho das mulheres e dos menores nas fabricas industriais, regulando as bolsas do trabalho.
(respigado do portal da História)
  • Dezembro,20-Remodelação governamental-Hintze na Fazenda, Correia Arouca no estrangeiros e Lobo Ávila nas obras públicas.
Depois de muita intriga e jogo de bastidores, o conhecido filho do Conde Valbom, Lobo Ávila, conhecido como o Carlotinha pelas sua presumível homossexualidade, é nomeado ministro das Obras Públicas em substituição de Bernardino Machado.

Correia Arouca volta a governo para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, e o ministro Hintze Ribeiro acumula a pasta da fazenda em substituição de Fuschini


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1893(4ªParte)

  • Maio,15-Reabertura das Cortes. Apresentadas as propostas de reforma da fazenda pública.
Depois dum interregno de quase três meses o governo volta com um programa intenso de agravamento de impostos. As associações Comerciais e Industriais e dos Lojistas protestam e Augusto Fuschini foi desde logo obrigado a desistir do agravamento da contribuição predial, também por igual pressão interna pela parte de João Franco e Hintze, que temiam excitação dos "distritos do norte".
  • Maio,20-Acordo com os credores externos da dívida pública portuguesa.
O próprio rei acompanhou com cuidado as negociações com os negociadores com os credores externos, recomendado que a dignidade do País fosse sempre respeitada
  • Junho,24-Reunião dos republicanos espanhóis em Badajoz contribui para o descrédito dos republicanos portugueses, pelas ilações que a presença de alguns republicanos portugueses como Eduardo de Abreu, Jacinto Nunes, Teixeira de Queirós, Gomes da Silva, Magalhães Lima, Feio Terenas e Cunha e Costa entre outros, onde se defendeu a necessidade de instauração de uma federação ibérica.
  • Junho,27-Conferência do agrónomo Louis Grandeau na Sociedade de Geografia de Lisboa sobre a cultura do trigo.

Grande cientista aplica os seus conhecimentos com doutoramentos também em medicina e farmácia, na reformulação de novos conceitos agrícolas, introduzindo produtos químicos na produção agrícola com vista a aumentar a sua produtividade.
  • Julho-Lei que delimita a liberdade de reunião.
As constantes notícias sobre a eventualidade duma bancarrota, fazem aumentar o efeitos da propaganda socialista sobre a necessidade da sua institucionalização. Assim os organizadores passaram a ter a obrigação de informar as "autoridades", governador civíl ou administrador de concelho da organização as suas reuniões com 24 ou 48 horas de antecedência.

domingo, 4 de novembro de 2007

Morte de Rosa Araújo-Um Político como já não há(1893)


Filho dum rico comerciante, desde novo se interessou pela política veementemente discutida na confeitaria de seu pai, na rua de S. Nicolau, (nos actuais números 44 e 48) em Lisboa, levando-o a participar na revolução da Maria da Fonte em 1846 e a sócio do Clube dos Camilos.

Grande militante do associativismo, era membro de várias entidades que mais serviços prestavam aos mais desfavorecidos.


A Confeitaria conhecida pela Confeitaria Cocó, vêm do tempo do seu avô, pelo facto dele chamar da porta da sua loja os rapazes que por ali passavam para lhes dar um rebuçado, um cocó, como ele dizia.


Mais tarde este apodo passou a nomear a gloriosa especialidade da casa – os célebres pastéis de ovos finíssimo e gostosíssimo folhado, obra-prima da doçaria nacional.


Foi vereador da câmara de Lisboa, depois seu Presidente, estando associado à reformulação da Avenida da Liberdade, que tinha outra configuração arquitectónica do tempo do Passeio Público pombalino.

Um dia, em 24 de Julho de 1879, inauguraram-se as obras do grande empreendimento com a demolição do Teatro Variedades e da velha Praça do Salitre. Vinte e dois contos, (…) foi a quantia que a Câmara despendeu com a expropriação daqueles dois edifícios e foi também a quantia que ela ficou a dever, na ocasião, ao presidente da sua vereação. Depois procedeu-se à demolição dos prédios da rua do Salitre, rua que chegava até à das Pretas, e em seguida à dos que existiam na praça da Alegria de Baixo.


Rosa Araújo, tinha uma grande fortuna herdada de seu pai, não só através da referida confeitaria, como também duma casa bancária que estabelecera na rua do Arco Bandeira em Lisboa, porém a sua extrema bondade fazia com que a sua bolsa estivesse sempre aberta aos que dela necessitavam. de tal forma que a fortuna chegou a estar muito comprometida, levando-o quase à pobreza.


Imagine o funeral deste homem, falecido em 26 de Janeiro de 1893, com apenas 52 anos. O primeiro enterro que teve licença de passar pelo centro da Avenida da Liberdade foi o do próprio José Gregório da Rosa Araújo.


A confeitaria lá continuou a fazer o seu negócio, a vender os seus afamados folhados com doce de ovos, os seus inimitáveis cocós, primeiro sob a administração do Tribunal do Comércio, depois, e por longos anos, como propriedade de Isidro Mendes da Silva, antigo empregado da casa, que em certa altura a trespassou a Tomaz Ferreira de Lima a quem sucedeu sua viúva que teve como associado na gerência da casa o Sr. Baptista Pinto.

Em 1938 fechou as suas portas; contava 105 anos de idade.
Hoje está lá um bar e para vergonha desta cidade onde entre os seus defeitos ou as suas qualidades ainda avulta a inconsciência, os seus proprietários adoptaram para título comercial os apelidos do antigo presidente da Câmara Municipal! Bar Rosa Araújo! Como isto por não nos poder indignar, nos confrange.

( publicado do blog da Junta de Freguesia de São José)

Acontecimentos no ano de 1893-(1ª Parte)

Acontecimentos em Portugal-(Janeiro a Abril)
  • Janeiro,01-Oliveira Martins publica o artigo “El-rei D.Carlos”.
Publica artigo na Semana Ilustrada, suplemento dominical do Jornal do Comércio, de Henrique Burnay (1837-1909), onde incita D. Carlos à ditadura. Aliás, parece unânime a rejeição do que está. Se uns falam na revolução vinda de baixo, outros apelam para a revolução vinda de cima. Tudo se tenta e no poder até estão proponentes da terapêutica intervencionista que, contudo, parecem não a saber operar.
(para ver notícia de referência clicar aqui)
  • Janeiro,14-Morte de José Falcão
Professor de Matemática na Universidade de Coimbra, nasceu em Miranda do Corvo grande defensor das ideias republicanas. Foi ele o encarregado de reorganizar o partido republicano no Porto, após a revolta falhada do 31 de Janeiro.
Teórico republicano publicou em 1884 a Cartilha do Povo um documento importante da propaganda republicana bem como vários artigos e o próprio Manifesto.
Proposto para deputado em 1892 a morte aos 51 anos veio por fim à sua vida

  • Fevereiro,01-Fundado o periódico católico Correio Nacional, visando dar apoio à constituição do projecto de Centro Parlamentar Católico, iniciativa de Henrique Barros Gomes, Jeronimo Pimentel e do conde de Casal Ribeiro, mas que acaba por fracassar.