quinta-feira, 14 de junho de 2007

Novo tratado com a Inglaterra-Maio 1891

Em 28 de Maio de 1891, foi celebrado um novo tratado entre Portugal e a Inglaterra, que substituirá o acordo assinado no ano anterior.

Mais gravoso ainda para Portugal que o anterior, pois o governo português reconhecia uma nova fronteira em Manica, perdendo zonas mineiras ricas, em troca de possessões inglesas de menor interesse económico.

Portugal prometia construir um caminho-de-ferro da Beira em Moçambique até à fronteira da Rodésia, actual Zimbabwe.

Dada a alegada necessidade vital da saída para o mar manifestada pelos ingleses, terá sido essa uma questão que tornou muito polémica a assinatura do referido acordo, naturalmente quer ficaria para segundo plano a avaliação do interesse nacional no desenvolvimento da região da Beira, um porto de mar com a importância estratégica daquele.

O tratado é bastante contestado em Lisboa por ser considerado mais gravoso para Portugal do que o anteriormente assinado em 20 de Agosto de 1890.

3 comentários:

LMB disse...

Lá está: a clássica posição de cócoras...

E a Rodésia? Ao tempo que não ouvia falar da dita. E do Ian Smith? :)
Pfffff...

Luís Maia disse...

Não é bem assim.temos a obrigação hoje de não ficar "colados", à propaganda republicana da altura.
Nós é que pretendemos dar um passo, maior que a nossa perna, apoiados no paleio Francês e Alemão, (que nunca passou disso). Inventámos o mapa cor-de-rosa ligando a Angola a Moçambique em confronto aberto com o poderío de quem era realmente Imperialista, (era o tempo deles).
Nós não tinhamos dinheiro, nem NADA, para manter sequer a Madeira, quanto mais a area que pretendíamos acrescentar ao já vasto império. Nós resolvíamos tudo com expedições entre 1888-1890 foram 6, bastava passar por lá e é nosso. A GB acabou por perder a paciência connosco e deu um murro na mesa, a França e a Alemanha assobiaram pró ar. Acabamos por ter sorte. Rodes quer dizer Rodésia, eles e os seus pioneiros da BSACC, teriam limpo aquilo tudo criando a Rodéria II. Nenhuma potência mundial estaría disposta a cortar com GB por nossa causa.
O resto das cócoras é paleio de oposição, toda a gente sabia que não havia nenhuma solução a contrapor, o mais fácil foi chamar cobarde ao Rei.

Carlos Vieira disse...

Sr. Luís Maia
Que semelhanças encontro eu em tudo o que disse no seu comentário com o que se passa atualmente, Julho de 2015. Apenas tendo que alterar os protagonistas. O Rei será agora o Presidente da República, a G Bretanha serão os credores internacionais, os políticos esses serão os mesmos.

A situação de 1890/91 resultou de um grande desnorte dos políticos e de uma autêntica guerrilha no Parlamento e nos órgão de comunicação social da época tal como agora. Quanto aos verdadeiros interesses nacionais esses foram no passado e são no presente para esquecer. Quando não se tem dinheiro nem juízo é nisto que dá.

Quanto ao referido acordo com a GBretanha não perdemos só o que entregamos a essa potência sob coação, (afinal os fracos e pobres já podiam ter direitos históricos legítimos) temos que lembrar ainda os territórios ultramarinos que sedemos à França e à Alemanha para conseguirmos deles a concordância prévia para as nossas pretensões ao território constante no mapa-cor-de-rosa como foi o caso da região de Casamansa e Ziguinchor no Senegal, região que vai da fronteira norte da Guiné-Bissau até à fronteira com a Gambia, região quase vital para a sustentabilidade atual daquele país lusófono.
A propósito de direitos, no reinado de D. João III fez-se na bacia do Zambeze a divisão em Feitorias que foram povoadas por famílias portuguesas tal como no Brasil, famílias que foram sendo tragadas principalmente pelas doenças mas que séculos depois ainda se encontravam vestígios da miscinização das populações.

Carlos Vieira
07-07-2015