quarta-feira, 18 de abril de 2007

Eleições de 30 de Março de 1890

(Latino Coelho)

A efervescência política, não terminou com a nomeação do governo de António de Serpa Pimentel, pois o combate político partidário não dava tréguas, sendo o governo obrigado a reagir, perante a convocação de marchas e comícios para Lisboa no dia 11 de Fevereiro, convocado pelo Partido Republicano para a Rua da Palma perto do Martim Moniz.

Pôs os quartéis de prevenção, fez a Guarda Nacional ocupar todos os pontos centrais de Lisboa e proibiu todas as manifestações, que não deixaram por isso de evitar escaramuças, e cerca de 200 presos, entre as quais Manuel de Arriaga, que viria ser meses depois eleito deputado e mais tarde presidente da Republica.

O governo em 10 de Abril dissolve os centros republicanos, na sequência de no mês anterior ter promulgado o direito de associação.

Ao dissolver a Camâra dos Deputados D.Carlos havia dado aos Regeneradores a possibilidade do Governo promulgar leis por decreto sem a prévia aprovação do parlamento, estava instalada a "ditadura", de que aliás, três anos antes, tinham sido os Progressitas a usufruir de poderes semelhantes.

Foram então marcadas eleições para o dia 30 de Março de 1890, sendo o seguinte o seu registo, ocorrendo em clima de grande violência, que provocaram 10 mortos e mais de 40 feridos.

5 049 729 habitantes no continente e ilhas. 1 315 473 cidadãos masculinos maiores de 21 anos. 951 490 eleitores (18,8% da população total; 72,3% da população masculina maior de 21 anos). 169 deputados. 79 por círculos uninominais no continente. 58 por círculos plurinominais no continente, um círculo por cada sede de distrito. 4 por círculos plurinominais nas ilhas. 12 pelo ultramar. 6 deputados por acumulação de votos.

Vitória dos governamentais regeneradores. 115 deputados pelo continente e ilhas. Esquerda Dinástica desaparece e apoia o governo regenerador. 33 deputados progressistas pelo continente e ilhas. 3 deputados republicanos (Elias Garcia, Latino Coelho, Manuel de Arriaga), todos por Lisboa, com o apoio dos progressistas, em lista de protesto.
(retirado de http://www.iscsp.utl.pt/cepp/eleicoes_portuguesas/1890.htm)

A estratégia do Partido Progressista em Lisboa, foi o de manifesto apoio ao Partido Republicano, de modo a poder declarar o resultado como "um desastre para a monarquia", pois como diziam alguns republicanos, era afinal o Partido Progressista despeitado que soprava os "ventos da revolta".

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