Foi em Vila Viçosa do Alentejo que nasceu em 8 de Dezembro de 1894, pouco tempo depois da suspensão da Assembleia dos Deputados referida na entrada anterior.
Filha de pai incógnito, expressão infelizmente usual em Portugal até 1974, foi lhe posto o nome de Flor Bela de Alma da Conceição.
Na literatura portuguesa será chamada Florbela Espanca, por mais tarde se ter revelado o apelido de seu pai.
Precoce já fazia poemas e ainda dava erros de ortografia, virá mais tarde cursar Direito em Lisboa.
Casa por 3 vezes mas a infelicidade latente em toda a sua poesia e o seu exacerbado egocentrismo, levam-na ao suicídio precisamente no dia em completaria 36 anos. Mais do que o relato biográfico da vida de Florbela Espanca,que pode ser acompanhado em
http://www.vidaslusofonas.pt/florbela_espanca.htm
interessa-me referir os dois poemas que mais gostei
A nossa casa
A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!
Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?
Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,
Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...
e
Se tu viesses ver-me...
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Acompanho este poemas por Liebestraume de Liszt, que Florbela não deixaria de ter escutado também.
Aproveito para lembrar um disco em vinil, gravado pela Eunice Muñoz, só com poemas de Florbela Espanca e acompanhada ao piano.
Que pena eu tenho de não ter esse disco comigo e de não ter sido tanto quanto eu saiba reeditado em CD.
Filha de pai incógnito, expressão infelizmente usual em Portugal até 1974, foi lhe posto o nome de Flor Bela de Alma da Conceição.
Na literatura portuguesa será chamada Florbela Espanca, por mais tarde se ter revelado o apelido de seu pai.
Precoce já fazia poemas e ainda dava erros de ortografia, virá mais tarde cursar Direito em Lisboa.
Casa por 3 vezes mas a infelicidade latente em toda a sua poesia e o seu exacerbado egocentrismo, levam-na ao suicídio precisamente no dia em completaria 36 anos. Mais do que o relato biográfico da vida de Florbela Espanca,que pode ser acompanhado em
http://www.vidaslusofonas.pt/florbela_espanca.htm
interessa-me referir os dois poemas que mais gostei
A nossa casa
A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!
Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?
Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,
Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...
e
Se tu viesses ver-me...
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Acompanho este poemas por Liebestraume de Liszt, que Florbela não deixaria de ter escutado também.
Aproveito para lembrar um disco em vinil, gravado pela Eunice Muñoz, só com poemas de Florbela Espanca e acompanhada ao piano.
Que pena eu tenho de não ter esse disco comigo e de não ter sido tanto quanto eu saiba reeditado em CD.
1 comentário:
Eu tenho o vinil e far-lhe-ei uma cópia em CD se estiver interessado.
bepiol@portugalmail.com
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