sexta-feira, 13 de abril de 2007

O Partido Republicano Português



(Guerra Junqueiro)

Sendo naturalmente herdeiros do jacobinismo da Revolução Francesa de 1789,o PRP, fora fundado em 1876 a 25 de Março, num jantar para saudar a consolidação do republicanismo em França,mas só começa a ter alguma expressão, após o ultimato inglês, muito embora alguns raros deputados fossem penetrando no parlamento monárquico, que bem embaraçados aliás ficavam por terem de prestar juramento de fidelidade à coroa e à religião católica.

Note-se que até á data do Ultimato, nunca o PRP, teve mais do que 2 deputados, que bem revelava a sua fraca adesão popular.

O anti britanismo, será doravante um elemento indispensável, no entendimento da formação ideológica republicana, ódio muitas vezes cantado por Guerra Junqueiro contra " a cínica Inglaterra, a bêbada imprudente, que roubava as nações pequenas, vendia bíblias aos negros e trocava o Deus dela por borracha e marfim (poema "A Inglaterra" no livro Finis Patriae, 1890)

O programa do P.R.P. resumia-se a reivindicações de carácter exclusivamente político: igualdade (civil e política); liberdade em todas as suas manifestações; governo do povo pelo povo; justiça democrática. Na verdade o republicanismo é tão só um liberalismo que, buscando incorporar uma mística patriótica, ou remoçá-la, concebe a «ideia dum ressurgir da pátria portuguesa» mediante um «governo do povo pelo povo».

Em Coimbra a 20 de Março, um jornal de estudantes publicou um artigo de António José de Almeida com o título "Bragança o último", onde dizia para "o último animal de Bragança de devia "Metê-lo numa das gaiolas centrais do Jardim Zoológico, fazer-lhe ali uma cama de palha e deixá-lo dormir muito tranquilo e muito descansado", que foi considerado insultuoso, valendo-lhe 3 meses de prisão.

Genericamente os republicanos nesta altura, acusavam o rei de não ter assumido pessoalmente o movimento de protesto contra a agressão inglesas, que teria conseguido congregado em seu redor todos os partidos. Em vez disso a sua distância, fizeram dele o rosto da cedência e da passividade.

Na sua ascensão, o republicanismo começou a tornar-se um partido transversal a toda a sociedade, adeptos de todas as classes da sociedade liberal, até mesmo o proletariado, inicialmente mais perto do socialismo, começara a aderir ao republicanismo, bem como proprietários agrícolas como José Relvas, professores universitários, como José Falcão, Teófilo Braga, etc.advogados, médicos, professores, todas as classes da sociedade liberal convergiram a partir daquela data para a solução republicana.

Porém e para além de todas as adesões a questão mais importante consistia no controlo que era exercido por dentro do PRP, pela Maçonaria na pessoa do seu líder e também Grão-mestre José Elias Garcia.

Entidade há muito presente, até aos dias de hoje, na sociedade portuguesa também tinha como iniciado Maçónico José Luciano de Castro, líder do partido progressista, bem como Pinheiro de Melo, alta figura do Grande Oriente Lusitano, presidia á influente Associação dos Lojistas, que funcionou como um dos centros de agitação patriótica em Lisboa.

A Maçonaria era pois o traço comum de união entre a esquerda constitucional.

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