quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A revolta de 28 de Janeiro(II)

A desconexão entre o plano revolucionário e a realidade, falhou porque estaria assente num único facto, a imobilização de João Franco, sendo esse sinal que desencadearia o resto da acção prevista, como isso não aconteceu, não houve revolução.

Alguns revolucionários dispersos a dar tiros para o ar e a gritar vivas à República, para além da prisão de Afonso Costa, de mais alguns na maioria anónimos e a fuga de José Alpoim, nada mais houve a registar


As consequências imediatas foram de gargalhada e no dia seguinte, quase toda a gente se divertia com a notícia do falhanço, exceptuando os presos e mais alguns implicados e paradoxalmente João Franco e o ministro das polícias Vasconcelos Porto, pela simples razão de terem prendido Afonso Costa, pelas implicações que poderia trazer junto das populações.

João Franco, disse que tinha prendido os cabecilhas da revolta, que iriam ser julgados pelos tribunis e postos na fronteira, uma clara alusão à deportação, mesmo que protegidos por eventuais imunidades parlamentares, que Franco havia entretanto mandado suspender.

Desde 6 de Janeiro , que a família real se encontrava em Vila Viçosa, dividido entre a caça, seu desporto favorito e o bridge. E à informação que recebia via telégrafo dos acontecimentos de 28 de Janeiro e os dos dias anteriores, terá reagido favoravelmente às sugestões de João Franco dizendo " cada vez temos mais necessidade de acabar com os agitadores. Aprovo resolução tomada", perante a proposta de Franco, em relação à extradição dos implicados no movimento conspiratorio.

No dia 31 de Janeiro, o ministro da justiça apresentou-se em Vila Viçosa, para D.Carlos assinar os decretos de expulsão dos implicados,.Conta-se que, ao assina-lo, o rei declarou: ”Assino a minha sentença de morte, mas os senhores assim o quiseram.

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