domingo, 25 de janeiro de 2009

O regicídio



Na tarde do dia 1 de Fevereiro, o tempo estava magnífico. Por volta das 4 da tarde esperava-se a chegada da família real, vinda do Barreiro, junto à estação fluvial do Terreiro do Paço. Tratava-se do regresso de Vila Viçosa, na data prevista e que o rei não quis adiar, conforme lhe chegou a ser sugerido.

O combóio que trazia a família real para o Barreiro, chegou atrasado devido a um pequeno problema, mas o facto é que a chegada ao Terreiro do Paço, decorreu cerca de 1 hora depois do previsto.

O desembarque deu-se com a presença de João Franco, dos infantes D.Manuel e D.Afonso irmão do Rei e vários ministros.

A carruagem real, terá sido a primeira a arrancar da estação fluvial, dirigindo-se para o palácio das Necessidade, apenas precedida por dois batedores. A carruagem seguia vagarosamente, pelas arcadas do lado esquerdo da praça, quem a observe vista de costas para o Tejo.

Algumas pessoas na zona central da praça, assistiam à passagem da comitiva, que se dirigia para a rua do Arsenal.

Ao entrar nessa rua, ouviu-se um tiro e segundo o relato do infante D.Manuel. "um homem de barba preta, com um grande gibão", tirou uma carabina debaixo das abas da capa e avançou em direcção à carruagem começando a disparar, outro homem saiu debaixo das arcadas do Ministério da Fazenda, dependurou-se no estribo e disparou sobre o Rei , com um revólver.

D.Luís Filipe ainda resistiu mais algum tempo, de pé na carruagem de arma em punho e D.Amélia brandindo o ramo de flores que lhe tinham dado na estação Sul e Sueste. Até que o princípe real sucumbiu igualmente com um tito sangrando abundantemente da face esquerda.

O infante D.Manuel também ficou ferido no braço, mas seu pai o rei D.Carlos morreu, quando dos primeiros certeiros disparos. O príncipe Luis Filipe acabou por falecer, poucos minutos depois da carruagem real ter entrado no Arsenal da Marinha.

Os acontecimentos que seguiram, o tentativa de apuramento de responsáveis, bem como os actos subsequentes, serão tratados no âmbito do reinado seguinte do último rei de Portugal D.Manuel II

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