Atendendo à informação disponível sobre João de Deus parece-me desnecessário, fazer resumos sobre a vida e obra deste poeta, parecendo mais importante assinalar blogues os fontes de informação que já estejam publicados na Internet e depois eventualmente, fazer alguns comentários.
Pare se obter o texto base desta entrada clicar aqui
João de Deus é o típico caso de vocação errada, que deveria ter escolhido letras em vez de direito.
Depois a incapacidade de ser pragmático, com certeza a razão de ser do poeta.
Qualquer ser "normal" tería governado a vida com as armas que tinha.
João de Deus não, vive na miséria, parece que chega a costurar roupa de senhora mas exercer direito, nem pensar.
Viver da poesia, talvez ainda hoje em Portugal, pareça não ser possível a menos que se case rico, como foi o caso.
A cartilha Maternal o método que criou para o ensina da leitura, haveria de o distinguir como pedagogo e uma nomeação com pensão vitalícia e uma condecoração a Ordem de Santiago e Espada.
Esse método de leitura terá sido seguido em Portugal, pelas minha contas cerca de 35/40 anos.
Gosto de recordar este poema de João de Deus, que ouvia com frequência dizer à minha mãe que o sabia de cor.
Dia de Anos
Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!
Não sei quem foi que me disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado...
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!
Não faça tal: porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa: que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.
Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los queira ou não queira!
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