(Caricatura de Bordalo Pinheiro
Anselmo Braancamp distribuindo panfletos, seguido de Luciano de Castro, antes das eleições de 1879)
O século XIX em Portugal, nomeadamente após o advento do liberalismo, foi caracterizado por grande instabilidade política partidária, num regime constitucional, muito embora a afirmação hegemónica do Partido Regenerador da Fontes Pereira de Melo de cariz conservador, que colhia o proverbial favoritismo real.
As principais forças de oposição a esse partido são os denominados Históricos, chefiados pelo Duque de Loulé e os reformistas de Alves Martins, mas que desempenhavam um papel claramente subalterno.
Parecia pois ser fundamental reconhecer a necessidade de reorganizar o espectro partidário oposicionista.
Em 1876 foi firmado um pacto entre estas forças conhecido pelo Pacto da Granja que aglutinou num chamado Partido Progressistas estas duas forças.
O rotativismo podia agora assumir novos contornos, com as novas condições criadas, pela convergência encontrada pelo programa progressista claramente liberal em contra-ponto ao conservadorismo fontista.Essa a teoria a prática foi contudo bem diferente.
Desde a Granja até á sua morte foi Anselmo Braancamp, quem chefiou o Partido Progressista, tendo José Luciano de Castro assumido então a chefia desse partido em 10 de Dezembro de 1885, numa disputa bem cerrada como não podia deixar de ser na época.
Luciano de Castro representou o triunfo de centrismo nesse partido balizado por outras candidaturas como Mariano de Carvalho, Barros Gomes ou João Crisóstomo. Assume a chefia do primeiro governo Progressista em 20 de Fevereiro de 1886, sendo o primeiro ministro quando da morte de D.Luís I, continuando já depois da aclamação de D.Carlos I, até ao dia 14 de Janeiro de 1890 na sequência do ultimatum inglês, que adiante se abordará.
Mas o panorama partidário , não se resumia ao Progressistas e aos Regeneradores, havia que levar em contas outras forças minoritárias como o Partido Socialista fundado em 10 de Janeiro de 1875 que se dizia marxista, os avilista, seguidores de António José de Ávila o chefe de governo do gabinete de interregno entre os fontista e o primeiro governo progressista.
Enfim um grande confusão
Conforme escrevia Ramalho Ortigão, o monarca lavrou então o decreto mandando o seu antigo ministério bochechar e encarregou o senhor marquês de Ávila e Bolama de reunir com os seus amigos o número de dentes necessários para formar uma gerência duradoura e firme
O mesmo autor observava que em Portugal em vez da lógica conservadores/revolucionários
havia uma maioria parlamentar e uma oposição composta de vários grupos dissidentes.
Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente – o partido conservador – fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo.
Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revesarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha.
Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional.
Fica a ideia geral da "luta partidária", quando da subida ao trono de D. Carlos I
Anselmo Braancamp distribuindo panfletos, seguido de Luciano de Castro, antes das eleições de 1879)
O século XIX em Portugal, nomeadamente após o advento do liberalismo, foi caracterizado por grande instabilidade política partidária, num regime constitucional, muito embora a afirmação hegemónica do Partido Regenerador da Fontes Pereira de Melo de cariz conservador, que colhia o proverbial favoritismo real.
As principais forças de oposição a esse partido são os denominados Históricos, chefiados pelo Duque de Loulé e os reformistas de Alves Martins, mas que desempenhavam um papel claramente subalterno.
Parecia pois ser fundamental reconhecer a necessidade de reorganizar o espectro partidário oposicionista.
Em 1876 foi firmado um pacto entre estas forças conhecido pelo Pacto da Granja que aglutinou num chamado Partido Progressistas estas duas forças.
O rotativismo podia agora assumir novos contornos, com as novas condições criadas, pela convergência encontrada pelo programa progressista claramente liberal em contra-ponto ao conservadorismo fontista.Essa a teoria a prática foi contudo bem diferente.
Desde a Granja até á sua morte foi Anselmo Braancamp, quem chefiou o Partido Progressista, tendo José Luciano de Castro assumido então a chefia desse partido em 10 de Dezembro de 1885, numa disputa bem cerrada como não podia deixar de ser na época.
Luciano de Castro representou o triunfo de centrismo nesse partido balizado por outras candidaturas como Mariano de Carvalho, Barros Gomes ou João Crisóstomo. Assume a chefia do primeiro governo Progressista em 20 de Fevereiro de 1886, sendo o primeiro ministro quando da morte de D.Luís I, continuando já depois da aclamação de D.Carlos I, até ao dia 14 de Janeiro de 1890 na sequência do ultimatum inglês, que adiante se abordará.
Mas o panorama partidário , não se resumia ao Progressistas e aos Regeneradores, havia que levar em contas outras forças minoritárias como o Partido Socialista fundado em 10 de Janeiro de 1875 que se dizia marxista, os avilista, seguidores de António José de Ávila o chefe de governo do gabinete de interregno entre os fontista e o primeiro governo progressista.
Enfim um grande confusão
Conforme escrevia Ramalho Ortigão, o monarca lavrou então o decreto mandando o seu antigo ministério bochechar e encarregou o senhor marquês de Ávila e Bolama de reunir com os seus amigos o número de dentes necessários para formar uma gerência duradoura e firme
O mesmo autor observava que em Portugal em vez da lógica conservadores/revolucionários
havia uma maioria parlamentar e uma oposição composta de vários grupos dissidentes.
Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente – o partido conservador – fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo.
Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revesarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha.
Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional.
Fica a ideia geral da "luta partidária", quando da subida ao trono de D. Carlos I
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