- Suicidio de Mouzinho de Albuquerque
Um dia Eça de Queiroz disse sobre Guerra Junqueiro
“Concluindo que a vida lhe não convinha, saiu dela voluntariamente”
o mesmo se pode dizer de Mouzinho de Albuquerque, a propósito do seu suicídio. Certo que sempre tivera da morte uma visão muito especial, atendendo a que por diversas vezes "invejara", algumas mortes de outros, quando consumadas em clima de glória, ou como ele dissera "morrer bem".
Não deixou de constituir um enigma para muitos, embora as três cartas escritas antes pudessem esclarecer o verdadeiras causas o certo é que a primeira dirigida a sua mulher D.Maria José, nunca foi revelado o seu conteúdo, a segunda escrita ao seu amigo Conde e Arnoso, foi queimada e a terceira escrita à Rainha D.Amélia, andou desaparecida algum tempo, só mais tarde encontrada na Torre do Tombo dizia
“Minha Senhora
Perdoe-me Vossa Majestade e não me ache cobarde pelo que fiz. Mas ser tido em mau conceito, ser desprezado é mais do que posso. Não creio que o suicídio nestas circunstâncias não seja um direito. Minha Senhora! Vossa Majestade nada perde senão um homem que no seu serviço fazia tudo e de tudo era capaz. Mas não pude ser. Paciência.
Perdoe-me Vossa Majestade e reze por mim, se acredita que existe alma. Eu não acredito. Beijo as mãos de Vossa Majestade cheio como sempre de reconhecimento e dedicação.
Seu Maior criado
Mouzinho de Albuquerque”.
Mais tarde num livro de memórias a Rainha D.Amélia disse ser sua convicção que Mouzinho pretendeu com o seu sacrifício, pôs fim em definitivo às atoardas postas a correr e que atentavam contra a honra de ambos.
Também o revólver que escolhera e que lhe daria garantia de não falhar e as munições que ele próprio havia comprado numa casa na rua do Ouro, deveriam ser suficientes para desvanecer as dúvidas sobre a autenticidade do seu suicídio.
Resumindo, como escrevi em blogue anterior, quando me referi às consequência do seu regresso de Moçambique por incapacidade de diálogo e de entendimento com as políticas do governo de Portugal
Incapaz de, pela sua própria formação militar rígida e pelo feitio orgulhoso, de resistir ao clima de intriga, de indecisão política e de decadência em que a monarquia agonizava, Mouzinho de Albuquerque prepara minuciosamente a sua morte, suicidando-se no interior de um "coupé", na Estrada das Laranjeiras no dia 8 de Janeiro de 1902.
Créditos : Revisitar Mouzinho de Albuquerque porJoão José Brandão Ferreira
Constituídas em 1891, a partir da fusão da Companhia Lisbonense de Iluminação a Gás e da Companhia Gás de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa concedera-lhes o direito de "produzir, distribuir e vender gás e electricidade destinada à iluminação pública e particular e a outros usos domésticos e industriais na área municipal da cidade de Lisboa".
A introdução de sistemas de iluminação eléctrica em Portugal parece ter ocorrido em Setembro de 1878, com a exibição na Cidadela de Cascais, por ocasião de um aniversário do Rei D. Carlos, de seis candeeiros de arco voltaico importados de Paris, idênticos aos que iluminavam a Praça da Ópera.
Refiram-se ainda outras iniciativas dispersas da iluminação eléctrica, como foi o caso, em 1886, da instalação eléctrica do Teatro S. Carlos, a do Arsenal da Marinha em 1887, a do laboratório fotográfico de Emílio Biel, no Porto, a iluminação da Real Fábrica de Fiação em Tomar, a partir de 1884, ou, em Lisboa, em 1889, a instalação do "Posto de Luz Eléctrica da Avenida".
Em 1893, Braga foi iluminada e, no ano seguinte, Vila Real é a primeira rede de iluminação pública com recurso à energia hidráulica, a partir do rio Corgo.
Créditos: Fundação Mário Soares
Foram então neste congreso retirados alguns poderes ao Directório e entregues a 3 juntas directivas (norte, centro e sul), descentralização que terá animado os organismos de base.
Créditos: Fundação Mário Soares
“Concluindo que a vida lhe não convinha, saiu dela voluntariamente”
o mesmo se pode dizer de Mouzinho de Albuquerque, a propósito do seu suicídio. Certo que sempre tivera da morte uma visão muito especial, atendendo a que por diversas vezes "invejara", algumas mortes de outros, quando consumadas em clima de glória, ou como ele dissera "morrer bem".
Não deixou de constituir um enigma para muitos, embora as três cartas escritas antes pudessem esclarecer o verdadeiras causas o certo é que a primeira dirigida a sua mulher D.Maria José, nunca foi revelado o seu conteúdo, a segunda escrita ao seu amigo Conde e Arnoso, foi queimada e a terceira escrita à Rainha D.Amélia, andou desaparecida algum tempo, só mais tarde encontrada na Torre do Tombo dizia
“Minha Senhora
Perdoe-me Vossa Majestade e não me ache cobarde pelo que fiz. Mas ser tido em mau conceito, ser desprezado é mais do que posso. Não creio que o suicídio nestas circunstâncias não seja um direito. Minha Senhora! Vossa Majestade nada perde senão um homem que no seu serviço fazia tudo e de tudo era capaz. Mas não pude ser. Paciência.
Perdoe-me Vossa Majestade e reze por mim, se acredita que existe alma. Eu não acredito. Beijo as mãos de Vossa Majestade cheio como sempre de reconhecimento e dedicação.
Seu Maior criado
Mouzinho de Albuquerque”.
Mais tarde num livro de memórias a Rainha D.Amélia disse ser sua convicção que Mouzinho pretendeu com o seu sacrifício, pôs fim em definitivo às atoardas postas a correr e que atentavam contra a honra de ambos.
Também o revólver que escolhera e que lhe daria garantia de não falhar e as munições que ele próprio havia comprado numa casa na rua do Ouro, deveriam ser suficientes para desvanecer as dúvidas sobre a autenticidade do seu suicídio.
Resumindo, como escrevi em blogue anterior, quando me referi às consequência do seu regresso de Moçambique por incapacidade de diálogo e de entendimento com as políticas do governo de Portugal
Incapaz de, pela sua própria formação militar rígida e pelo feitio orgulhoso, de resistir ao clima de intriga, de indecisão política e de decadência em que a monarquia agonizava, Mouzinho de Albuquerque prepara minuciosamente a sua morte, suicidando-se no interior de um "coupé", na Estrada das Laranjeiras no dia 8 de Janeiro de 1902.
Créditos : Revisitar Mouzinho de Albuquerque porJoão José Brandão Ferreira
- As Companhias Reunidas de Gás e Electricidade alargam a toda a cidade de Lisboa a iluminação eléctrica.
Constituídas em 1891, a partir da fusão da Companhia Lisbonense de Iluminação a Gás e da Companhia Gás de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa concedera-lhes o direito de "produzir, distribuir e vender gás e electricidade destinada à iluminação pública e particular e a outros usos domésticos e industriais na área municipal da cidade de Lisboa".
A introdução de sistemas de iluminação eléctrica em Portugal parece ter ocorrido em Setembro de 1878, com a exibição na Cidadela de Cascais, por ocasião de um aniversário do Rei D. Carlos, de seis candeeiros de arco voltaico importados de Paris, idênticos aos que iluminavam a Praça da Ópera.
Refiram-se ainda outras iniciativas dispersas da iluminação eléctrica, como foi o caso, em 1886, da instalação eléctrica do Teatro S. Carlos, a do Arsenal da Marinha em 1887, a do laboratório fotográfico de Emílio Biel, no Porto, a iluminação da Real Fábrica de Fiação em Tomar, a partir de 1884, ou, em Lisboa, em 1889, a instalação do "Posto de Luz Eléctrica da Avenida".
Em 1893, Braga foi iluminada e, no ano seguinte, Vila Real é a primeira rede de iluminação pública com recurso à energia hidráulica, a partir do rio Corgo.
Créditos: Fundação Mário Soares
- Janeiro,05-Congresso do Partido Republicano em Coimbra
Foram então neste congreso retirados alguns poderes ao Directório e entregues a 3 juntas directivas (norte, centro e sul), descentralização que terá animado os organismos de base.
- Janeiro,29-Jacinto Cândido anuncia na Câmara dos Pares a formação de um Partido Nacionalista.
Créditos: Fundação Mário Soares
1 comentário:
Boas. Tenho estado a seguir este seu excelente trabalho - realmente soberbo! No entanto, penso que há aqui lugar a uma rectificação:
Onde diz:
"Um dia Eça de Queiroz disse sobre Guerra Junqueiro“, não quereria dizer - Antero de Quental?
É que Junqueiro sobreviveu a Eça e viveu ainda muitos anos, para lá de 1910.
Cumprimentos!
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