quarta-feira, 12 de março de 2008

Movimentação anti-clerical

A filha de José Calmón, cônsul brasileiro no Porto foi raptada em 17 de Fevereiro de 1901, à saída da Igreja da Trindade no Porto, por um grupo de reaccionários, segundo clamou o cônsul. A sua filha de nome Rosa pretendia entrar para um convento contra a oposição da família.

A acusação da influência jesuítica, trouxe grande agitação por todo o País, nomeadamente em Setúbal onde foram mortos dois populares, pelos militares, na Avenida Luisa Todi, em sequência das manifestações, e em Lisboa

De qualquer forma esse incidente também serviu para acentuar a radicalização política, a partir duma questão religiosa que foi o pretexto para o aparecimento de movimentos anticlericais monárquicos, como a Liga Liberal, (em 25 de Abril), dirigida por José Dias Ferreira, e a Junta Liberal Republicana(em 30 de Abril), de Miguel Bombarda, enquanto os católicos se organizam, com destaque para a criação em Coimbra do Centro Nacional Académico, base do Centro Académico da Democracia Cristã (em 16 de Março de 1901)

O inquérito mandado abrir pelo governo a 10 de Março e mandará em sequência do mesmo, encerrar várias casas religiosas, chegando mesmo a proibir o noviciado, por decreto de 18 de Abril, muito embora tenha confirmado autorização às obras religiosas que se dedicassem à beneficência.

Dum modo satisfatório e equilibrado havia o governo conseguido sair o governo, conseguindo inclusivamente obter grande aplauso para o rei quando a 14 de Abril aparece publicamente numa tourada no Campo Pequeno.

Difícil será contudo suster a crise que a ruptura com João Franco irá acentuar como se verá depois.


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